A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CORPORATIVA
Por: Juedir Teixeira – Ph.D.
Educação Corporativa, também conhecida como educação empresarial, pode ser entendida como a aquisição de competência para empreender um consistente processo de aprendizagem e gestão do conhecimento, de acordo com a Missão, Visão e Valores da organização.
A Educação Corporativa tem os seguintes objetivos: desenvolver as competências necessárias para o sucesso do negócio, alicerçar os valores e crenças da organização, construir, enfatizar e fortalecer a cultural organizacional, para possibilitar a sustentabilidade do negócio.
Para um negócio ser sustentável, precisa garantir a satisfação dos quatros grupos de interesse ou Stakeholders: ter o cliente satisfeito, para ter os clientes satisfeitos as empresas precisam também estar satisfeitos, os acionistas precisam ter sua satisfação garantida e a empresa além de oferecer bons produtos ou serviços, precisa ter um propósito e atuar de forma harmoniosa na sociedade onde atua.
Porque a Educação Corporativa, que sempre foi importante passou a ser essencial no atual mundo dos negócios? Eis algumas respostas:
· Em um passado não muito distante, o maior patrimônio das empresas eram os seus parques fabris e as maiores empresas do mundo eram as montadoras de automóveis e as indústrias petroleiras. Atualmente o maior patrimônio das organizações são a tecnologia e as pessoas e as empresas mais valorizadas do mercado, não tem nenhuma fábrica.
· A Apple por exemplo é a mais valorizada do mundo, com valor de mercado de US$1,88 trilhões de dólares (agosto 2020), superior ao PIB brasileiro de 2019, de US$1,84 trilhões de dólares, não tem nenhuma fábrica. Quando você compra um produto da Apple, os mais cobiçados do mundo, não imagina onde foi fabricado. Pode ter sido feito no Brasil, na China, na Índia ou em qualquer outro lugar. Qual o grande patrimônio da Apple? Pessoas e Tecnologia.
· Mesmo sendo o maior patrimônio pessoas e tecnologia, se a sua empresa não capacitar e reter pessoas qualificadas, pouco vai importar a tecnologia que a empresa detém, se não possuir pessoas qualificadas para usá-la de forma adequada.
· Ou ponto importante que deve ser levado em conta é o tempo médio que as pessoas estão passando nas empresas. Foi feita uma pesquisa recente com 500 grandes empresas de diversos segmentos, nas quais tem dois tipos de empregados, no tocante ao tempo de empresa: até três anos e mais de 10 anos, entre três e 10 anos não tem ninguém. Isso está ocorrendo porque na geração milênio, ou seja, os nascidos a partir de 1982 – até 1994 geração Y e os nascidos a partir de 1994 geração Z o tempo médio de permanência numa empresa não chega a três anos e quanto mais nova a geração menos tempo fica em um emprego.
· Segundo dados do CAGED o tempo médio de permanência no emprego vem caindo ano após anos: em 2005 era de 24,7 meses, em 2006 de 23,1 e em 2007 21,8 meses.
· Nas grandes empresas de tecnologia o tempo médio de permanência é ainda menor: no Facebook é de 2,02 anos, na Uber de 1,23, na Amazon de 1,84 e AIRBNB de 1,64 anos, segundo pesquisa da PwC.
· O fenômeno da redução do tempo de permanência também vem ocorrendo no comando das organizações. Segundo estudo da Booz & Company, consultoria global que conduziu a pesquisa em 2013, com 2,5 mil empresas listadas no bolsa, com faturamento entre US$ 5 bilhões e 50 Bilhões, sendo 116 empresas do Brasil, o tempo médio de permanência dos CEOs também vem caindo ao longo do tempo. Segundo o estudo no Brasil a média foi de 2,5 anos enquanto a média global foi de 4,8 anos.
· Outro fato relevante é que as mudanças no mundo vêm ocorrendo de forma extremamente rápida, vivemos em um mundo no qual, quando aprendemos a respostas já mudou a pergunta. Ouvi uma frase do CEO mundial da Starbucks, Kevin Johnson, no Big Show da NRF 2020, maior evento de varejo do mundo, em Nova Iorque, que me chamou a atenção: “Todos nós estamos fazendo coisas, para as quais não estamos preparados. Se esperar estar preparados não precisa mais fazer. Passou da hora!”
Kevin Johnson
Em função dos dados apresentados, como enfrentar os seguintes desafios:
· Como manter a cultura organizacional se, em média, todos os empregados e dirigentes são trocados em até três anos?
· Como fazer e manter a gestão do conhecimento se no máximo a cada três anos as empresas perdem as pessoas e com elas vão as informações e os conhecimentos, levando-se em conta que tanto as pessoas como o conhecimento são de importância estratégica para qualquer organização?
· Como diminuir o gap existente entre a dinâmica de evolução da sociedade e a dinâmica de evolução das organizações, se as mudanças do mercado ocorrem a passos de lebre e as mudanças nas organizações a passo de tartaruga?
· Como manter o time capacitado e a atualizado de acordo com as mudanças que ocorrem no mercado no qual a sua empresa atua, para cumprir a Missão, a Visão e manter os Valores que formam e sustentam a cultura da organização?
Por que é importante investir nas pessoas?
Uma frase que sintetiza bem a importância das pessoas foi proferida por John Furner, presidente do Walmart nos EUA, no Big Show da NRF deste ano, em Nova Iorque:
“Não há melhor investimento que você possa fazer do que nas pessoas que você tem na sua equipe, que estão servindo as pessoas que estão pagando para você estar lá”.
John Furner
Três pilares são fundamentais para enfrentar os grandes desafios:
· Pessoas;
· Processos;
· Tecnologia.
Dos três pilares qual o que vai fazer a diferença? Alguém acredita que pode ter os melhores processos e usar adequadamente as melhores tecnologias, sem ter pessoas preparadas?
Outra razão para investir nas pessoas, está demonstrada no ranking das 50 melhores empresas mais inovadoras do mundo, é que a longevidade no mundo corporativo está na ordem inversa da humana. Enquanto cresce a expectativa de vida das pessoas, diminui a expectativa de vida das empresas. Nos anos 60, uma empresa típica listada no índice S&P500 tinha uma vida média de mais de 60 anos – atualmente, a vida útil média das empresas listadas no mesmo índice é de apenas 18 anos, com redução de 70%.
No atual mundo dos negócios, em constante mudança, as empresas precisam permanecer relevantes para sobreviver. Por isso, é cada vez mais importante que as empresas priorizem a inovação e para isso é preciso investir nas pessoas.
O ranking das 50 principais empresas mais inovadoras em 2020, foi feito com base em uma pesquisa do Boston Consulting Group (BCG). As empresas foram classificadas com base em quatro variáveis:
· Global “Mindshare”: o número de votos de todos os executivos de inovação;
· Revisão por pares do setor: o número de votos de executivos no setor da empresa;
· Disrupçao no setor: um índice de diversidade para medir votos entre os setores;
· Criação de valor: retorno total da ação
Perguntas: Existes empresas inovadoras sem pessoas inovadoras? Existem pessoas inovadoras sem conhecimento, existe conhecimento sem capacitação?
Por todos os fatos expostos, a Educação Corporativa é fundamental para a sustentabilidade de qualquer negócio. Ao logo dos últimos 20 anos venho pesquisando e estudando o assunto e procurando contribuir com a melhoria da gestão das organizações através da capacitação das pessoas, em Cursos de Pós-Graduação – MBA, Cursos de Superior de Tecnologia em Gestão de Negócios e em Cursos Corporativos de curta duração, em turmas abertas e In Company
Os Cursos In Company são os que apresentam os melhores resultados, por proporcionar o estudo de casos concretos da empresa, identificar as melhores práticas, ou seja, “quem” está fazendo o melhor “em que” e disseminar as melhores práticas para toda empresa. Na verdade, os cursos In Company, de acordo com a vivência prática dos professores pode ser considerado quase uma consultoria.
Existem diversas formas de capacitar e manter uma equipe capacitada, mas o que você, como gestor não pode deixar de fazer é investir na capacitação do seu time e, como a escada de varre de cima para baixo, o melhor resultado é obtido quando se inicia pelo time de gestores, se começar pela diretoria, melhores ainda serão os resultados.
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